segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A cama da mãe



Todos os dias, o Gabriel acorda, entre as 6h e as 7.30h e vem para a minha cama, esgueira-se por entre a porta e aninha-se ao meu lado.

Há dias, em que a noite foi serena e recebo-o de braços abertos e beijo pronto nos lábios. Mas há dias, em que olho para a janela, e o sol ainda não nasceu, a energia dele, já tão viva e saltitante, e o sono que ainda não se foi embora, e o dia corre-me na cabeça, o que há para fazer, e eu.. Cheia de sono.

E invade-me a birra, o sono, e o mau humor matinal. Que bom seria dormir mais um bocadinho, melhor ainda, que bom seria não ser atropelada por tanta energia às 6h da manhã, ou talvez, poder abrir os olhos com calma, deixar que a luz do dia e as cores da manhã me cumprimentassem pausadamente, que bom seria poder chegar em paz..

Mas hoje, o Gabriel chegou, ainda muito cedo, aninhou-se, e adormeceu.
E meio a dormir entre os dois, lembrei-me de como era bom adormecer com a minha mãe, na cama dela, a tagarelar com o meu irmão, ou no sofá, numa longa tarde de domingo.

A cama da Mãe tem magia, e lembrei-me dessa proximidade, desse contacto físico que existe entre ambos e que depois se perde com o crescer. E senti uma tão linda sensação de plenitude, por os ter ali, quentinhos, nos meus braços. Apercebi-me, de uma forma consciente, do quão importantes são, esses momentos na relação de mãe e filho, que são essas pequenas coisas que nos aconchegam o coração, e pensei.. que não vou mais resmungar de manhã.

Maria

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