segunda-feira, 29 de junho de 2015

Bolos de cenoura


Esta é uma daquelas receitas que faço há tanto tempo, que sofreu tantas experimentações e variantes, que se converteu numa receita minha. Estes bolinhos são muito simples e fofos. Eu tento reduzir o mais que posso no açúcar e na gordura.

Dá para 12 bolinhos tipo muffins.

Ingredientes:
- 3 cenouras médias raladas.
- 2 copos de farinha (podem-se alternar entre 1 copo de farinha de trigo branca, e 1 copo de outro cereal, ou 2 copos de farinha de trigo branca)
- 3 ovos
- 2 colheres de manteiga amolecida
- 1/2 (ou menos, tipo 1/4, eu tento sempre reduzir o que posso) de óleo (girassol, amendoim, canola, sésamo, etc.)
- 1/2 copo de açúcar mascavado

1. Acender o forno, lume médio.
2. Misturar os húmidos primeiro: cenouras, gemas de ovo, manteiga e óleo.
3. Acrescentar açúcar.
4. Acrescentar farinha. Quem tiver paciência para peneirar, melhor, mais crescem e mais fofos ficam.
5. Bater claras em castelo, e misturar gentilmente ao preparado anterior, com a colher de pau.
6. Deitar a massa nas formas.
7. Forno no médio durante cerca de 20 a 30 minutos.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Leituras de Junho


Da esquerda para a direita e de cima para baixo:

O Filho das Sombras, Juliet Marillier.
Bom, está na altura de confessar uma paixão voraz que eu tenho: livros de fantasia. Sim, sim, esses mesmo que fazem as alegrias das adolescentes. Cuja intriga gira à volta de um romance, no qual a protagonista é quase sempre uma mulher (ou jovem) com um poder sobrenatural invulgar, que se envolve numa demanda com tons de epopeia. Perto dos 30 anos voltei a dar uma hipótese a este género que me prendia na adolescência, e descobri que algures, ele preenche um tímido desejo de romance. O Filho das Sombras é para mim o melhor da primeira triologia, eu já o tinha lido, mas voltei a rever. Adoro.

Quinta Animada.
Este foi o primeiro livro que eu comprei para o Gabriel, e por acaso, também foi a primeira história contínua que tenho contado ao Guilherme. Apesar de as cores serem um pouco fortes para o meu gosto pessoal, os desenhos são bonitos, a história é muito simples, envolve repetição, e animais, que é um tema muito próprio para a primeira infância.

O meu primeiro As Mil e Uma Noites
Ultimamente tenho comprado muitos livros na internet em segunda mão. Alguns são boas surpresas, outros nem por isso. Este foi uma excelente surpresa. Os desenhos são lindos e cheios de contrastes, a paleta de cores, assim como o traço são cheios de personalidade, e a história é um conto tradicional das arábias, a do Pássaro da Verdade. Sugiro a partir dos 5 anos, talvez até mais.

Histórias para adormecer
Este livro de meados de 80, de folha rija, é talvez o preferido da minha infância. Tem várias histórias que acompanham as estações do ano de forma ilustrativa, e não concetual ou explicativa (pontos extra!). Tem desenhos graciosos, suaves e ternurentos e recria situações da vida na aldeia.

A vida no coração da Floresta
Outra boa surpresa que o carteiro nos trouxe. A vida no coração da Floresta conta a história da simpática e castiça família dos anões Tartolim. Está dividido por estações e por meses e em cada mês, estes pequenos envolvem-se em aventuras pelo bosque, e lidam com bruxas, fadas e todas as criaturas que habitam a floresta.

Awakening to Child Health
Uma descrição explicativa e elaborada do desenvolvimento da criança sob uma perspetiva médica, segundo a Antroposofia. É feita uma síntese detalhada do desenvolvimento da criança, desde o período pré-natal, passando pelos primeiros três anos, o primeiro seténio, a mudança dos dentes até a puberdade, e desde a puberdade até a adultícia. Foca temas como o desenvolvimento embriológico, a vida e consciência no útero, as diferenças quanto à experiência do parto, imitação, relação entre movimento e o desenvolvimento do discurso, ritmo e repetição, os sete processos da vida, as funções rítmicas, respiratórias, metabólicas e neuro-sensoriais, os quatro temperamentos, entre muitos outros temas.
"Children are the life substance of our humanity, a healing power that is desperately needed to balance the life-destroying materialism of our age."

Os seis magníficos
Uma história recolhida pelos irmãos Grimm, através de desenhos muito intrincados e um discurso elaborado, que eu penso que estejam adequados a crianças de 7, 8 anos. E por isso tem sido um treino à minha capacidade de leitura, síntese e memorização. Como não tinha muitas alternativas cá por casa, tenho-o lido ao mesmo tempo que o descodifico e resumo, na minha cabeça. Ou seja, estou a ler e a resumir ao mesmo tempo que memorizo para o dia seguinte. Na leitura de livros para crianças, é ideal que o tom, as pausas e as palavras sejam sempre as mesmas de dia para dia, na tentativa de fazermos o mínimo de alterações possível. Eles estão ativamente atentos ao que escutam, e se nos enganamos, são os primeiros a corrigir.

domingo, 21 de junho de 2015

Doce de morangos


A minha ausência por aqui tem um nome: época de avaliações. Ainda não acabaram, por isso é provável que eu fuja mais um bocadinho.
Entretanto, chegou (e já foi..) a época dos morangos. As minhas vizinhas deram-me baldes de morangos com sabor a flores da terra, e este ano, decidi ser responsável e fazer doce a partir do excedente. Assim, não vamos passar o Inverno a penar por sabores de Primavera, sem opções para além da marmelada. Tenho visto algumas opções muito interessantes aos colorantes mata-saúde industriais para a comida. Os colorantes naturais de comida são elaborados de forma muito simples: basta misturar sumo ou partes concentradas de frutos, vegetais ou especiarias da cor que pretendemos, ao preparado a que queremos atribuir a cor. Por exemplo, no caso dos cupcakes, misturamos sumo ou doce de morango ao creme de queijo, para lhe dar um tom rosa. A cor fica menos forte, mas as paredes do estômago agradecem. Essa é outra das utilizações que eu vou dar ao doce de morango, a de colorante alimentar. A outra é a de esfoliante facial, para o Guilherme..
Não deixo aqui a receita do doce, porque a minha não acrescenta nada de gourmet a todas as outras que se podem encontrar na bibliosfera.
E assim com uma pseudo ode aos morangos, me despeço da Primavera, de temperaturas amenas e temperamentos de equilibrada expansão.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

A casa da mente


Às vezes, tantas vezes, a mente escolhe não parar. Os pensamentos atropelam-se, empurram-se e apertam-se uns aos outros. Normalmente quando temos algo a resolver. Decisões a tomar.
Às vezes a lógica dá voltas e voltas no mesmo circuito fechado, para chegar ao ponto de partida e dizer "não sei". Tentamos prever todas as possíveis situações, conjugar todas as variáveis no mesmo espaço confinado, hipótese em cima de hipótese, para chegar a um bem espremido "não sei".
Às vezes não existe cálculo a operar, hipótese a ponderar, porque toda a lógica mora no mesmo sítio: a casa da mente. E na mente não existe espaço para a sorte, o destino, o inexplicável, a magia ou os mistérios de deus.
Então.., intuímos.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Água, fonte e rio


Sim, sim, o Verão aproxima-se, e eu não os consigo afastar da água. Um dia de manhã estava a terminar de preparar as coisas para os levar à escola, e quando dei conta, estavam os dois a chapinhar no canal de água da vizinha aos saltos e risos.
São momentos desses que me fazem ter saudades de viver aqui. E tantos outros.. O ar começa a cheirar a despedida e eu ainda não me sinto decidida. Existem muitas coisas a ponderar e eu nem sempre sinto que seja a decisão certa. Fiz o I-Ching e umas cartas de Tarot e o resultado era sempre o mesmo: sai da casca.. Casca, concha, casa, casulo, e eu estou tão bem aqui. Se não fosse o Inverno, o frio, o estar longe de todos, a vizinha mal-humorada, o não haver qualquer perspetiva de futuro, e a minha enorme vontade que os meus filhos frequentem uma escola waldorf, eu não ia.
Sendo francamente realista, como é que uma mãe sozinha, alimenta, veste filhos, educa e dá amor, ao mesmo tempo que trabalha e termina faculdade? Atenção, os filhos ainda precisam de ajuda para as tarefas mais básicas: fraldas, comer, higiene, vestir, etc. Alguém conhece? Pergunto com um sentimento de genuína vontade de saber, se alguém conseguiu neste panorama, concretizar tudo em plenitude, avisem-me, sim? Ia-me dar esperança..

domingo, 7 de junho de 2015

Lá fora


"Um dia o príncipe foi caçar e, ao perseguir um javali, perdeu-se dos outro caçadores e encontrou-se sozinho numa escura floresta. As árvores eram tão densas e pouco espaçadas que era quase impossível ver através delas, mas mesmo defronte do príncipe estendia-se um estreito carreiro de terra de prado, cheio de cardos e de ervas daninhas, no centro do qual se erguia um limoeiro. De súbito, soou uma espécie de roçagar no interior do tronco da árvore e dele saiu um velho extraordinário, de olhos e queixo verdes."
Pearl S. Buck, Histórias Maravilhosas do Oriente

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Em tempo de paz


Pergunto-me se puseram alguma coisa na água municipal, ou se as flutuações do vento e do ar trazem microorganismos exóticos, mas os meus filhos estão a viver um período de paz. Vejo-os bem onde estão, menos ansiosos e mais presentes. Ou será que sou eu?
Estou tão habituada à agitação ativa destes pequenos seres, que quando um momento destes chega e se mantém, eu não sei o que esperar dele. É para ficar? Passámos por alguma etapa do crescimento? É do Verão? Vou receber alguma taça? 
Hoje o Gabriel até me perguntou, ao acordar a umas vitoriosas 8.15h da manhã (eu nem acreditava..), "Mamã, viste como eu me portei bem? Viste que eu não te acordei de manhã?".
Sim, filho, vi. E agradeço ao pessoal lá de cima por este tempo de benção, por este tempo de paz.

Obrigada,
Maria
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