quarta-feira, 29 de abril de 2015

A Fada do Dente chegou!


"Mamã o meu dente está a abanar!" "Já??". Existem momentos que são marcos na vida deles, e na nossa, enquanto mães. Este é um deles.

Antigamente, segundo as minhas avós e outras tantas senhoras da mesma geração, os bebés nasciam com os olhos fechados e durante várias semanas, assim permaneciam. A troca dos dentes ocorria por volta dos 6, 7 anos. Mas as nossas crianças, as deste tempo, recebem estímulos diferentes, não recebem? A alimentação é diferente, tudo relacionado com a primeiríssima infância também é muito diferente, mesmo o período de gestação é diferente, os sons são diferentes. Talvez esteja relacionado com a diversidade e quantidade de estímulos a que são sujeitos, talvez (quase de certeza) existam muitas outras razões que vivem além do olhar comum, mas é verdade que estas crianças, acordam mais cedo. Emancipam-se, expõem-em-se, crescem e pensam, mais cedo.

Para a pedagogia Waldorf, a troca dos dentes é um marco muito importante no crescimento do indivíduo. Existe uma relação óbvia entre a idade de entrada para a escola, momento de aprendizagem académica, e a idade em que ocorre a troca dos dentes. "Este é o primeiro sinal de que a criança está pronta para a escola, uma vez que agora dispõe das faculdades que irá precisar para o pensamento e a memória intelectuais" (Dr. Raoul Goldberg, Awakening to child health). Depois de nascer, a criança molda e transforma o seu corpo herdado, substituindo as células originais, por "um corpo a que pode chamar seu, que é o adequado para a sua posterior viagem de vida" (Dr. Raoul Goldberg). Assim, o primeiro dente de leite simboliza a concretização desta transformação, e na pedagogia Waldorf, é visto como um novo nascimento. Nasce o corpo etérico, libertando finalmente, as forças de vida formativas para se ocuparem de atividades relacionadas com memória, pensamento intelectual, raciocínio mental.

Curioso que o segundo nascimento do Gabriel tenha sido no dia de anos do irmão. Brotherhood. E envolveu coragem, o dente estava mesmo na queda final, já com sangue à mistura, o tio Valter ofereceu a sua larga experiência nesta área (a de arrancar dentes), e apesar de inicialmente relutante, o Gabriel confiou e entregou-se. E o dente saltou. E tivemos uma outra celebração.
A felicidade dele era tão grande, como se algo de espetacular e mágico lhe tivesse acontecido! E aconteceu. O dente foi religiosamente guardado debaixo da almofada, o Gabriel insistiu em deixar uma bolachinha de chocolate para o caso da Fada do Dente estar com fome pela viagem (e estava!), e felizmente a Fada do Dente tinha um livro novo guardado para um momento oportuno (Praise the Lord!).
E assim, acordei de manhã, com uma descrição completa de como a Fada do Dente tinha chegado e o momento de convívio entre eles, conversaram claro, o Gabriel ainda a ajudou a encontrar o dente.
O meu coração derrete-se com estes momentos..

Paz,
Maria


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