segunda-feira, 20 de abril de 2015

Descansar, repousar, abrandar



Não sou, nem nunca fui hiperativa, mas também nunca consegui estar muito tempo quieta. Quieta com as mãos, parada no mesmo lugar, sossegada na cabeça, não não sei o que é isso. Também não tenho televisão, sofá, ou cadeirão, e se por exemplo, me apetece mesmo comer um iogurte, um bolo ou um gelado, eu vou fazê-los. Nunca me importei de andar bastante para poupar o bilhete de autocarro, ou de perder uma hora a remendar qualquer coisa. Tenho uma queda por causas perdidas. Decadentes até, diria.

E para quem tem facilidade em se esquecer de si própria para chegar a um outro algo, a maternidade oferece um desafio interessante: olharmos por nós próprias. Primeiro. Dizem que num acidente de avião, a mãe deve primeiro assegurar a sua vida e colocar-se a si própria a máscara de gás, e só depois garante a sobrevivência dos filhos, colocando-lhes a eles a máscara.
Quantas de nós o fazem? Quantas mães olham primeiro por si? Quantas e quantas vezes eu vou levá-los à carrinha da escola de pijama (requinte máximo, eu sei..)? Durante estes 4 anos e meio de maternidade, tenho sido a última da fila, e na fila não só estão os meus filhos, como também todos os meus filhos-projetos-de-vida.

Às vezes custa muito aceitar que temos que descansar. No outro dia, estava com os miúdos em casa, e disse para mim mesma "Já fizeste quase tudo! Descansa!", a resposta que chegou foi interessante "E faço o quê?". 
Descansar é parar não é? Tipo sentar e olhar, e ver o que acontece.

Quando o corpo adoece por alguma razão, a doença é a mensagem do corpo a dizer "Pára!", é isso que eu tenho sentido nestes dias. Uma necessidade de repouso. 
Hoje fiquei a fazer tricot ao sol e a vê-los a fazer bolos de lama. Foi bom.

Paz,
Maria

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...