domingo, 21 de dezembro de 2014

Adeus Outono












No meio está a virtude, diz o ditado. O Outono e a Primavera estabelecem esse meio, o momento de pausa entre os extremos.
Quando chega o Outono recolhemos para o interior, guardamos-nos cá dentro, partilhamos uma intimidade que se estende durante todo o período frio. Depois chega o Inverno e as formas cristalizam-se, o movimento condensa, e a estagnação torna-se aguda, até ao momento, em que se torna urgente a libertação, a exteriorização, sair de casa, brincar na rua, despir a roupa. E chega a Primavera, o meio. Quando o calor começa a ser demasiado, quando o Sol arde nos olhos, e a intimidade foge, chega o Outono, o meio. E o ciclo recomeça.

Prefiro de longe, o equilíbrio do Outono e da Primavera, aos extremos do Inverno e do Verão. É engraçado como as crianças respondem a estas mudanças cíclicas. No Outono e na Primavera observo que as brincadeiras são mais vivas e vividas, noto que nestas épocas eles mergulham em mais profundidade nas brincadeiras. Como se uma urgência se concretizasse, após o pico da estação. No fim do Inverno, todos os cantos da casa foram explorados, os móveis transformados, os brinquedos usados, ir para a rua é emergente. No fim do Verão, brincam na rua e exploram os elementos naturais, a água do mar, a textura da areia, colecionam pedras, e recolhem todos os tipos de flores das redondezas, até que chega o momento, de voltar para dentro.

Com os meus filhos, tenho observado, que os estados de espírito também se alteram. No início do Outono e da Primavera vejo menos birras, eles estão mais calmos, entregam-se mais ao presente, ao que estão a fazer..

Bom, bom,
um caloroso e acolhedor Inverno para todos,
 Maria

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