domingo, 31 de maio de 2015

Celebrações de Junho

June, postal de Elsa Beskow em All Year Round


1 - Dia da Criança
10 - Dia de Portugal
13 - Sto. António
21 - Solstício de Verão, Litha (em 2015 às 16h38)
24 - S. João
29 - S. Pedro

Expansão a chegar, tempo de sair da casca,

Maria

sábado, 30 de maio de 2015

Brincadeiras para a Primavera

Reuni este conjunto de ideias de brincadeiras para a Primavera, que nos têm mantido muuuuito entretidos. São coisas muito simples de fazer ou preparar, gosto de atividades que precisem de pouca preparação prévia, e de brincadeiras que não impliquem a compra de nada novo. Se der para reutilizar, dar uma nova utilidade a qualquer coisa, melhor. Penso que a Primavera é a estação ideal para explorar a natureza, não chove, e não está demasiado calor. É um convite aberto a estes pequenos exploradores. E lá fora, há de tudo!

1. Sopa de Flores e Bolinhos de Lama


Este não precisa de explicações, acho que todos brincámos a isto quando éramos pequenos. Quanto mais diversidade de elementos e texturas naturais, melhor. Tesouras e facas de manteiga são boas ideias para eles irem treinando a motricidade fina. Ah, e o elemento chave: água!

2. Barquinhos de Papel


É uma boa ideia quando se tem água perto. Eles sopram os barcos, ou empurram-nos com canas e fazem-se corridas de obstáculos. Ah, também dá na banheira.

3. Tipi ou uma tenda improvisada


Lembram-se em crianças, da magia que envolvia ter um abrigo, um refúgio improvisado, normalmente de teto baixo, e com panos a tapar? Eu lembro-me dessa brincadeira e lembro-me da sensação.. de proteção.
O tipi faz-se em 20 minutos: 5 ou mais paus compridos, atam-se numa extremidade uns aos outros, e na outra extremidade enterram-se na terra. Depois é só embrulhar um lençol à volta e prender com alfinetes na "porta". Temos feito muitos piqueniques aqui.

4. Terrarium


As crianças têm muita vontade de levar a natureza para casa. Quem é que não teve grilos, caracóis, bichos da seda em casa? Fizemos uma "casinha" para o nosso amigo, e eu garanti que a "porta" ficasse aberta para ele poder voltar à terra quando quisesse.

5. Colares de flores


Uma boa introdução à costura. Gostei de ver o ar de concentração na cara dele.

6. Plantar e transplantar



Isto é quase um must do da Primavera. Deixá-los tocar na terra, plantar algo, regar, e ver a vida a crescer todos os dias um pouco mais, quando se chega da escola.

7. Mandalas de flores


Esta atividade é um bom pretexto para um passeio na natureza, com um cestinho e uma tesoura. Vale trazer tudo, e depois brinca-se com os padrões e as cores.

Bom, bom, as melhores brincadeiras são aquelas que prevalecem através dos tempos. São aquelas que fazem com que uma velhota de 80 anos reconheça o que o seu bisneto está a brincar. No fundo, é só nos lembrar-mos do que gostávamos de brincar quando éramos pequenos, e de certeza que ainda vamos gostar de brincar a isso com eles.

Já agora, alguém se lembra de esmigalhar pedra de tijolo vermelha, para fazer chocolate em pó para os bolinhos? Um must da culinária natural!

beijo, e muita luz,
Maria

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mesa da estação, Maio


Maio, o mês das flores. Quando passeio, não consigo deixar de ficar maravilhada com tanta cor, tanta variedade. A natureza é imensamente rica, e a vida também. Perfumes, contrastes, texturas e sensações, tudo embrulhado em papel natural.

Ah, o tutorial para os ramos em flor, aqui.

paz e amor,
Maria



sábado, 23 de maio de 2015

Tutorial pássaro de feltro

 
Aqui vai um tutorial simples de fazer. Para o ninho, o tutorial aqui.
Primavera em vigor.

beijo,
Maria

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Jumping Sessions


Como é que eu não me lembrei disto durante o Inverno?
Eles sobem pela cadeira de comer, e saltam em direção ao colchão. Outras vezes vão buscar bancos para fazer escadinha. Lá em cima é a casa ou castelo, depende dos dias.
Sobem e descem, sobem e descem, e sobem e descem....

Divirtam-se,
Maria

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Antes dos 40


 

Se quiseres fazer Deus rir, conta-lhe os teus planos. 
Ditado Ingês

                                          
Penso que para muitos deixa de ser divertido fazer anos a partir dos 30, na verdade, para mim começou a deixar de ser divertido a partir dos 20. Nem sei bem porquê, mas nestes dias invade-me sempre uma melancolia estranha.

No outro dia estava a falar com uma amiga sobre isto, porque é não gosto de fazer anos, e chego à conclusão que é porque sinto um tal de tic tac a soar lá ao fundo. Apesar de ter viajado muito e de ter tido experiências profundas e que considero extremamente ricas, sinto que me falta fazer um oceano de coisas. Sinto que me falta concretizar o essencial, por isso aqui vai a minha pequena lista antes dos 40:

– terminar o curso e conseguir, de fato, ser professora. É verdade, o Estado Português não está a ajudar, o momento não é o ideal, mas o que posso eu fazer? É difícil encontrar-mos a nossa vocação aos 18. Aliás, a única coisa que eu conseguia encontrar aos 18 era o caminho para a praia e outro para casa dos meus amigos.

– dar à luz uma menina. Gostava muito. Nunca tive preferência explícita, mas sinto que uma mulher tem a oportunidade de curar muita coisa do seu passado, através de uma relação mãe-filha.

– construir a eco-casa dos meus sonhos.

– encontrar o homem da minha vida. Bom esta ainda é mais difícil do vir a ser professora (hmmm..., talvez não.), apenas porque não depende de mim. Portanto, estava eu a dizer, conhecer o homem da minha vida, fazê-lo acreditar que tenho um feitio fácil, aceitar e amar a personalidade dele, e a possível bagagem que ele tenha, mudarmo-nos para a mesma casa, construirmos um dia-a-dia pleno, feliz e sadio, e casar-mos. Sim, sim, antes dos 40!

– ir ao Brasil estagiar numa Escola Waldorf.

E já chega não é? Já tenho com que me entreter até lá.

Luz,
Maria


sábado, 16 de maio de 2015

Planear o fim de semana com as crianças



A chegada do segundo filho muitas vezes leva a uma perda de território dos pais em relação aos filhos. As crianças estão em igual número aos adultos, e isso pode levar a que os pais sintam que perderam autoridade ou que tenham que se esforçar mais para que as coisas se reequilibrem novamente.

No meu caso, éramos um equilibrado mano a mano, e quando o Guilherme nasceu, perdi totalmente o controlo do território. Digamos que fui invadida, e que tive que esperar que as tropas se reestabelecessem para equilibrar o poder. Para evocar uma imagem ilustrativa, poderia lembrar que é difícil conseguir que uma criança enciumada de 3 anos, faça o que nós pedimos, enquanto tentamos silenciosa e calmamente, dar de mamar a um recém-nascido.

Naturalmente, existe um reajuste e as coisas voltam a fluir com harmonia. Mas posso dizer sem nenhuma dúvida que o planeamento foi o meu melhor aliado. A forma como consegui compensar o fato de ter dois braços para alimentar e cuidar de três pessoas, foi planear o dia-a-dia com antecedência. Foi surgindo naturalmente, e a dada altura, saber que tinha o indispensável preparado, e que a roda poderia continuar a girar mesmo que eu parasse, enchia-me de segurança.

O hábito ficou, e ainda hoje eu planeio o fim-de-semana (seja de 2 ou mais dias) com antecedência. Assim, para aqueles pais que estão a solo com os pequenos, aqui vão alguns conselhos úteis:

– Preparem as refeições com antecedência. 
Quando surge uma birra inesperada, ou um pequeno acidente que requer curativo, saber que o jantar está pronto é um alívio enorme.
Ao longo dos tempos fui mudando os momentos em que preparava as refeições com antecedência, por exemplo agora, à 6ª preparo o jantar para 2 refeições, ou seja durante o sábado de manhã vamos passear, brincar, explorar, e eu sei, que quando voltarmos, cansados e com sono, é só aquecer o almoço. Quando eles estão a dormir a sesta, eu preparo o jantar desse dia e consequente almoço do dia seguinte.

– Usem os tempos de sesta.
Para que o tempo de sesta exista, é preciso, em primeiro lugar, que os momentos de sesta de duas ou mais crianças estejam em sincronia. Sendo muito variável, eu diria que, após os 6 meses iniciais podemos tentar e esperar que eles durmam ao mesmo tempo.
Eu gostava de frisar que este tempo de sesta das crianças, para quem está by yourself, é o momento de expiração do dia, é um momento de pausa, de silêncio, em que nos ouvimos só a nós mesmos. É o momento de recarregar baterias.
Este momento pode ser usado para: dormir, descansar, meditar, ler, adiantar tarefas, preparar atividades, etc.

– Pensem em coisas que podem/querem fazer com os miúdos durante o fim de semana.
Isto é uma espécie de ode à celebração. Vamos celebrar que é fim de semana, vamos celebrar que estamos juntos, vamos celebrar o agora. Não tem que ser uma atividade pomposa que exija muita premeditação e preparação prévias, na verdade, as que eles mais se entregam até são as mais simples (pelo menos nesta primeira infância).
Se está sol: vamos apanhar flores, folhas ou pedras, explorar o bosque, apanhar amoras, brincar no parque, etc.
Se está a chover: vamos chapinhar, fazer corridas de triciclo dentro de casa, trazer o colchão para a sala e saltar de alturas diferentes, fazer desenhos, pinturas, modelagem, fazer biscoitos, etc.

– Mantenham um ritmo.
Normalmente, o ritmo da escola. Se eles almoçam às 12h na escola, o mais certo é que às 13h não vão visitar a tia Gertrudes. Mantenham uma rotina, ainda que seja ligeiramente diferente da da escola. A rotina deve seguir o movimento de respiração, dentro-fora, inspirar-expirar, contração-expansão. Acordar, pequeno-almoço, passear ou brincar livre, almoçar, sesta, lanchar, passear ou brincar ou atividade guiada, jantar, higiene e cama. Atenção, para os pais cansados, as rotinas permitem ao adulto tirar o maior proveito do dia e, saber quando pode descansar e relaxar, e quando tem que estar on.

– Integrem as crianças nas tarefas.
Mais importante do que entretê-las, é que eles nutram um genuíno amor pelo trabalho. Se deitarmos a eficácia, o sentido de perfeição e os timings, pela janela fora, podemos divertimos-nos enquanto fazemos algo útil.

– Descansem.
Há uma tendência nossa para adiar a hora de dormir, não vale a pena. Aprendi à minha custa que o dia vai correr muito, mas muito melhor, se eu for para a cama cedo. Se forem dois adultos, podem alternar entre quem vai ficar a aquecer a cama mais tempo de manhã, já que, geralmente, as crianças acordam com as galinhas e o sol.

Bom fim de semana para todos!
Maria

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mr. Dale Carnegie, Coaching e Positividade


Um dia saltou-me um livro velho para as mãos, estava perdido na casa da minha mãe e dizia assim: Como evitar preocupações e começar a viver. Claro que comecei a ler. 
Capítulo após capítulo, este Sr. Dale Carnegie partilha connosco histórias e histórias de vida, de muitas vidas. Conta-nos como tantas pessoas, a maioria delas famosas, pessoas bem sucedidas, líderes mundiais, enfrentaram as maiores adversidades e, munidas de uma atitude positiva, resiliência e força de vontade, conseguiram virar a maré.

A cada história é uma inspiração. Lições de vida, sem dúvida. Mas o que me prendeu no livro foram 2 coisas, a primeira, a genuína positividade deste Sr., que apesar de não estar entre nós, continua a inspirar e a oferecer motivação de qualidade. É como se ele nunca desistisse de nos convencer que podemos verdadeiramente conquistar o bem-estar, a paz e a felicidade. 
A segunda coisa, é a praticidade dos seus conselhos. E eu adoro conselhos práticos. Existe? É verdade? Então como é que se faz? E o Sr. Dale Carnegie aconselha, tendo em conta a aplicabilidade real das suas ideias.

Eis algumas frases que constam no livro de Mr. Carnegie (algumas não são da sua autoria, são relatos  e histórias de outras pessoas ou frases que foi encontrando durante a sua vida):

"Eu estava triste, porque não tinha sapatos, até que ao subir a rua, encontrei um homem que não tinha pés."

"Concede-me Deus, a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, a coragem para modificar as coisas que posso, e a sabedoria para conhecer a diferença."

"Dois homens olharam através das grades da prisão: Um viu a lama, outro as estrelas."

"A verdadeira paz, advém da aceitação do que nos pode acontecer de pior."

"Um grão de areia de cada vez.. Uma tarefa de cada vez."

"Escolha uma das duas coisas: curvar-se ante as inevitáveis tempestades da existência, ou lutar contra elas, destruindo-se."

"O homem não é feito para compreender a vida, mas para vivê-la."

"Quando somos bons para os outros, somos melhores para nós."

"A depressão e as precupações dissipam-se com o suor."

"O mais importante da vida não é 'capitalizar' sobre os nossos ganhos. Qualquer idiota o pode fazer. Realmente importante é tirar proveito das nossas perdas. Isso requer inteligência – e constitui a diferença entre um homem de tino e um tolo."

"Descanse frequentemente. Imite o seu coração – descanse antes de ficar cansado, e acrescentará diariamente uma hora à sua vida ativa."

Positividade, todos os dias,
Maria

terça-feira, 12 de maio de 2015

Tinturaria em henna e açafrão


Quando tento seguir uma receita que gosto, quase sempre ocorre algo durante o processo que faz com que uma receita inicial de biscoitos de gengibre e chocolate, se transforme numa feijoada à transmontana vegetariana. É alguma coisa que me transcende, e atenção, eu adoro livros de instruções, do it yourself, receitas, tudo o que permita a que uma pessoa consiga aprender uma técnica já desenvolvida, por sua iniciativa, sem estar dependente de um ensino presencial.

Tinha em casa muita lã branca, e queria tingi-la através de um processo de tinturaria natural. Li com muita atenção as instruções desta Sra. Mestra Virtual, a Ervilha Cor de Rosa, li mais uns quantos pdfs com indicações e sugestões, e assim, à ideia inicial de tingir com colorante para a comida amarelo (yhammy..!), chegou 1/3 de pacote de henna, e 1/2 frasco daqueles de supermercado de açafrão. Tudo para o caldeirão e o resultado ficou lindo! Uma cor muito viva, com algumas nuances um pouco mais escuras. Já sonho com a camisola feita.

Quero mais!
Maria

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Jardim Lã Terna


Há alguns anos, conheci a Teresa, vivíamos em Sintra e eu precisava de alguém que tomasse conta do Gabriel, ainda com 6 meses. Lembro-me do meu olhar maravilhado quando entrei na casa da Teresa, aonde ela recebia os meninos na altura, brinquedos de madeira, nada de plástico, nada de químicos, nada de falso. Educação em verdade. Lembro-me de subir as escadas e ouvir as canções, e de encontrar a Teresa sempre com algum bebé envolto em panos coloridos, bem pertinho do coração. Lembro-me dos dias de pão, e dos dias de panquecas.

A Teresa abriu um espaço novo, chama-se Jardim Lã Terna, fica em Gouveia (os contatos estão na primeira fotografia). Tem muito espaço, luz, verde, e amor. Também tem a boa ajuda da Joana, que se juntou à aventura, e a ajuda ocasional de mães, amigas e avós que chegam para dar uma mão, amassar a pizza, descascar ovos, enrolar a lã e coser bonecos. Este é um jardim, onde se vive a pedagogia waldorf, onde as crianças vivem em ritmos brandos que nutrem todo um ser em evolução. Sem pressa para crescer.

Se viverem por Sintra, liguem à Teresa, façam-lhe uma visita, levem os vossos filhos e vejam como eles se sentem. As portas estão abertas para receberem pais e filhos.

Luz,
Maria

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Menu de pequeno-almoço Primavera/Verão


O pequeno-almoço sempre foi a minha refeição preferida, de tal maneira que eu prefiro acordar cedo e comer devagar do que trincar algo pelo caminho para me estender mais um pouco na cama. Desde o primeiro ano do Gabriel que eu faço menus de pequeno-almoços, consoante a estação (todos temos direito aos nosso fetiches..!). No Inverno a ideia é aquecer, por isso abundam as papas e o leite quente, as torradas, o chá, a fruta cozida.. Para a época do calor, apetecem coisas que se trinquem, fruta fresca, iogurte..
A ideia é que haja um molde definido para cada dia, mas que nunca chega a ser igual, porque variam sempre a fruta, os toppings, os molhos, os condimentos, etc. Nas escolas Waldorf, a cada dia da semana corresponde um cereal, por exemplo à 2ª os miúdos comem arroz, à 4ª millet, etc, eu tento seguir mais ou menos a sequência dos cereais, mas altero um pouco consoante o tipo de comida. É engraçado que a repetição produz mesmo neles uma sensação de confiança, de segurança, e é muito mais fácil compreender o ritmo da semana e das estações, quando têm vivências do quotidiano que suportam essas mudanças. Por exemplo, no dia de karate come-se pão com molho, no dia antes do fim-de-semana, come-se papa de aveia. O Gabriel compreende o que vem a seguir, porque existe uma repetição que o permite seguir o ritmo semanal por ele próprio.

Confesso que já estava com muita vontade avançar com os pequenos-almoços do Verão, por isso aqui vai o nosso menu da estação:

Domingo – panquecas e chá, normalmente acompanhadas com molho de levedura e doce.
2ª feira – arroz de leite, que é mais ou menos o arroz doce, mas com bem menos açúcar, com fruta cozida misturada e com especiarias, canela, pimenta, cardamomo, anis, e cravinho.
3ª feira – homemade pão ou bagels e chá.
4ª feira – camadas de homemade iogurte ou leite, homemade granola e fruta fresca.
5ª feira – pão da padaria, sumo ou batido e molho de ovo, salsa, azeite e alho.
6ª feira – camadas de papa de aveia, puré de fruta crua, homemade iogurte, e homemade granola.
Sábado – quadrados de milho, que são uma espécie de bolo de milho, mas sem açúcar, e batido ou sumo de fruta.

Enjoy,
Maria




domingo, 3 de maio de 2015

As Maias.. num outro Maio



Em tempos idos era costume celebrar-se no 1º de Maio a Festa das Maias.
As Maias estavam associadas aos ritos pagãos e à celebração da fertilidade, já que a terra, mostrava-se agora em todo o seu esplendor de fertilidade. Em Portugal, era costume enfeitarem-se as portas com giestas amarelas, em coroas ou ramos, representando as flores do mês de Maio.
Mais para o norte da Europa, celebra-se o Mayday, construía-se um maypole, e faziam-se danças de roda em torno de um tronco enfeitado de fitas coloridas e flores.
Em tempos ainda mais remotos, lá para os lados dos celtas, celebrava-se Beltane, em danças entusiásticas que reproduziam na dança, a fertilidade que rompia da terra.

E como aqui para estes lados, os campos abundam de giestas amarelas e brancas, planeei com todo o cuidado, uma visita ao bosque: entraríamos por entre os tufos de erva comprida, colhíamos as flores, guardaríamos numa cesta, poderíamos brincar aos castelos atrás dos grandes blocos de granito. Depois da sesta, em casa, iríamos entrelaçar as flores em coroas de flores, faríamos ramos e enfeitaríamos a porta de casa, as nossas cabeças, o carro, a rua, enfim, até as flores terminarem.

E depois, choveu.
E choveu.
E o meu plano escorreu com a chuva, e durante uns bons momentos custou-me a aceitar que já não íamos fazer o que tinha pensado. Às vezes custa libertar-nos das nossas ideias, largar o planeado, aceitar o inesperado.

No dia anterior estava a ler uma entrevista ao Sr. Malaguzzi — o percursor da abordagem pedagógica reggio emilia — que dizia assim, "à medida que optamos por trabalhar com crianças, podemos dizer que elas são os melhores avaliadores e os juízes mais sensíveis dos valores e da utilidade da criatividade. Isso ocorre porque elas possuem o privilégio de não estarem excessivamente vinculadas às suas próprias ideias, que constroem e reinventam continuamente. Elas estão aptas a explorar, fazer descobertas, mudar os seus pontos de vista e apaixonar-se por formas e significados que se transformam."

Por outras palavras, as crianças criam, mas não estão presas ao que criam, têm ideias, mas não estão comprometidas com as suas ideias. Nós adultos, estamos. E quem trabalha ou convive de forma contínua com crianças, sabe que qualquer coisa que seja feita com e para as crianças nunca é um bloco estático, é algo fluído e em transformação.

Por isso querida mamã, está a chover, e vamos ficar em casa. E sim, provavelmente vamos fazer birras, quase de certeza que vamos precisar muito da tua atenção e disponibilidade, e garantidamente, vamos reinventar a nossa sala. E talvez a cozinha também. Ah, e já agora, o chão da sala vai ganhar uma nova coloração.

E sim, a liberdade aprende-se, a par dos seus limites. E ser criança é experimentar e correr e sujar e querer e aprender e tantas outras coisas. E ser mãe é aprender a aceitar (entre outras coisas..).

amor,
Maria
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